Cuiabá x Flamengo continua rendendo

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O vice-presidente do Cuiabá Cristiano Dresch detonou a atuação do Procon no episódio envolvendo os ingresos do jogo contra o Flamengo, acusando o órgão de fazer uma “pressão e comoção sem cabimento” na fiscalização. Ele ainda cogitou levar os próximos jogos do Cuiabá para outros estados caso a situação continue. O caso teve início quando o clube publicou a tabela de preços do jogo contra o rubro-negro, no próximo dia 6 de agosto na Arena Pantanal.

A disparidade de valores entre os setores disponibilizados para a torcida da casa e do Flamengo gerou críticas entre os torcedores do time carioca.

“Na quarta-feira de manhã, três fiscais do Procon foram até a sede do Cuiabá com uma impressora, para emitir a notificação no momento ali da autuação. Algo que a gente nunca viu. Nunca sofremos uma fiscalização desse tamanho”, disse ele em um vídeo publicado no perfil do Cuiabá no Instagram.

O ingresso mais barato do Cuiabá era de R$ 25 (meia). Já do Flamengo era de R$ 125 (meia). Assim, a união das Torcidas Organizadas do Flamengo entrou com uma representação no MPE e no Procon, além de registrar boletim de ocorrência na Decon (Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor de Cuiabá).

“Por que os fiscais do Procon estão dando entrevista na televisão falando sobre esse jogo? Criando uma comoção estadual em relação a esse jogo? A gente quer saber [o] porquê”, continuou.

“Há muito tempo os preços cobrados em jogos desse tamanho contra Flamengo, contra Corinthians, contra São Paulo, contra Palmeiras em Cuiabá, são esses. Os preços não são exorbitantes”.

“Por que que agora está acontecendo isso? Qual o motivo dessa pressão? Para agradar meia dúzia de presidentes de torcidas organizadas do Flamengo, que fica no Rio de Janeiro, a 2.500 quilômetros de Cuiabá?”.

Dresch ainda disse que, diante do ocorrido, cogita levar os jogos do Cuiabá para outros estados. Ele também afirmou que em várias partidas o clube ofertou ingressos com preços muito abaixo do mínimo cobrado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que é de R$ 40.

“O Cuiabá já recebeu várias propostas para tirar os jogos contra os grandes clubes da cidade. Para jogar em Brasília, para jogar em Manaus, para jogar até no Espírito Santo nós recebemos esses dias propostas”.

“Nós temos aqui hoje a possibilidade de jogar em Brasília, por exemplo, arrecadar um lucro muito superior ao que nós vamos ter nesse jogo agora contra o Flamengo, sem ter nenhum tipo de problema, sem ter nenhum tipo de trabalho”.

“Se a gente continuar recebendo esse tipo de pressão […], a gente vai ter que começar a repensar nosso posicionamento em relação a isso. Porque como eu acabei de falar, o Cuiabá tem uma despesa de quase R$ 10 milhões por mês”.

Por fim, Dresch afirmou que a representação dos flamenguistas contra os valores cobrados pelo clube acabou afetando somente os torcedores do Cuiabá, uma vez que os preços para a torcida subiram para que fossem equiparados aos do Flamengo.

“Nós fomos hoje notificados pelo Superior Tribunal Esportivo, através de uma liminar de que a gente deveria equiparar os preços dos setores do visitante com o setor da torcida do Cuiabá. Foi o que nós fizemos. Nós tivemos que igualar os preços. Nós subimos o preço do torcedor do Cuiabá.”

Atualmente, o valor do setor mais barato do Cuiabá é de R$ 50 (meia), enquanto o do Flamengo permaneceu em R$ 125 (meia).

“Nós nunca fomos pressionados por órgãos do próprio estado de Mato Grosso. Estão fazendo o seu papel, mas está exagerado, está passando do limite. A gente vai ter que reavaliar alguns momentos. Vale a pena continuar jogando e fazendo esses jogos aqui? É algo que a gente vai ter que pensar”.

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