“A expansão do Parque, sem planejamento, vai ampliar esse risco e comprometer ainda mais a fauna e a flora”, afirmou o parlamentar.
O deputado estadual e primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, Dr. João (MDB), alertou que a proposta de ampliação do Parque Nacional do Pantanal pode agravar o risco de incêndios florestais no bioma. Segundo o Corpo de Bombeiros, as áreas de proteção integral concentram os maiores focos de fogo, como ocorreu nos episódios críticos de 2019 e 2020. A manifestação foi feita por meio da Indicação nº 4649/2025, encaminhada à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e ao presidente do ICMBio, Mauro Oliveira Pires.
“Sem o trabalho empírico do pantaneiro, as pastagens ficam tomadas por vegetações oportunistas que servem de combustível para grandes queimadas. A expansão do Parque, sem planejamento, vai ampliar esse risco e comprometer ainda mais a fauna e a flora”, afirmou o parlamentar.
Além do risco ambiental, Dr. João defendeu que a medida também ameaça a permanência das comunidades tradicionais em suas terras. Para ele, o caminho para a preservação deve ser a valorização do homem pantaneiro, guardião histórico do bioma, por meio de políticas como o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA).
“O Pantanal não existe sem o homem pantaneiro. Antes de se falar em ampliar o Parque, é preciso cuidar do que já existe e criar condições para que essas comunidades continuem preservando e garantindo um futuro sustentável para a região”, concluiu.
A proposta de ampliar em 47 mil hectares a área do Parque Nacional preocupa lideranças locais, uma vez que a unidade é de proteção integral, o que impede o manejo e restringe a convivência das comunidades no território. Segundo Dr. João, essa medida poderia agravar a saída dos pantaneiros de suas terras, processo que já vem ocorrendo devido a pressões ambientais, climáticas e econômicas.
O deputado reiterou sua oposição à ampliação do Parque Nacional e defendeu que a prioridade seja o fortalecimento de políticas de proteção ao homem pantaneiro. “Antes de se falar em expansão, é preciso garantir condições para que o pantaneiro continue sendo o protagonista da preservação. A luta pelo Pantanal é também a luta pela sobrevivência da sua gente”, concluiu Dr. João.